segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Eu ouvi que você encontrou uma garota e você está casado agora, eu ouvi que seus sonhos se tornaram realidade. Acho que ela lhe deu coisas que não dei a você. Eu odeio aparecer de repente sem ser convidada, mas eu não pude ficar longe, não consegui evitar, eu tinha esperança de que você veria meu rosto e que você se lembraria de que pra mim, não acabou. Não se preocupe, eu vou encontrar alguém como você. Não desejo nada além do melhor para você, também não se esqueça de mim, eu imploro, me lembro que você dizia: “Às vezes o amor dura, mas, em vez disso, ele as vezes fere." - Adele [dedicado -acr '

sábado, 10 de dezembro de 2011

“ Você tem medo do que eles pensam, do que eles vão dizer, você se preocupa demais com o que eles querem, com o que eles acham. Você tem vergonha dos seus defeitos e não consegue ver as suas qualidades, você liga demais pra opinião alheia. Não acha que já está na hora de parar com isso? Você não vê o quanto é especial, o quanto é linda, e que esses seus defeitos que você tanto abomina é o que te torna tão única. Os outros são apenas os outros, e o que eles pensam não importa pra você, então que tal sair esta noite e não se preocupar com o que eles querem? Que tal você por aquela roupa que você tanto gostou e teve vergonha de usar? Que tal falar tudo o que pensa sem medo se vão rir ou não? Guarde a sua máscara no armário, tire esta armadura, coloque o seu sorriso no rosto e seja você mesma, pare de pensar tanto no que eles querem e comece a pensar no que você quer. E se você quer saber, todos eles tem defeitos e nem por isso eles são melhores ou piores que você. E você tem um coração lindo, um humor maravilhoso, um sorriso de delirar, e esses olhos que fazem com que a gente se perca. Pare de ter medo, você não precisa disso, você pode fazer o que quer. Você tem ‘fogos de artificio’ dentro de você, deixe eles brilharem.”

No fim de tudo é só saudade .

Pensei que seria apenas mais um dia, mas naquela tarde de segunda-feira tudo estava pior do que o normal. Pensei que levantaria da cama com o coração doendo e os olhos inchados, comeria alguma coisa e deitaria no sofá para assistir tv até adormecer. Minha rotina era sempre essa desde o dia em que ele partiu. Não, tudo era diferente, tudo mesmo. Eu estava cansada da televisão e de dar audiência a programinhas fúteis, não estava com nenhum pingo de fome e meus olhos lacrimejavam mais que o habitual. Reli aquela bendita carta pela milionésima vez e fui lavar o rosto. Vi meu semblante completamente abatido, fechei os olhos num suspiro e ao abri-los dei de cara com uma nova imagem: Éramos nós que estávamos lá. No espelho um fraco reflexo de um amor que saiu pela porta, porém nunca se foi. Chorei silenciosamente por minutos seguidos e a cada vez que abria e fechava os olhos, o mundo girava e a cena mudava. Por um momento pensei estar num sonho, mas era real demais e estava doendo demais para que eu não estivesse acordada. Eu poderia até estar louca, de fato, mas dormindo é que eu não estava. Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali, mas aquela era a primeira vez que eu o via. Dane-se se era delírio e se me machucava, eu o tinha e naquele momento ele era apenas meu. Comecei a ouvir vozes, imaginar mais um diálogo entre nós. Quando nossos lábios se tocaram, pude sentir o efervescer de meu corpo e então sorri, mesmo que chorando. Ele levou malas cheias de roupa, levou os porta-retratos, mas continua em meu peito e as paredes do nosso quarto ainda são testemunhas do nosso amor. O sentimento ficou, ficou o silêncio, ficaram vários nós, vários pontos de interrogação. De repente o ouvi dizer que ia embora, que eu o conhecia e que tinha sido erro meu acreditar que ficaria para sempre. Lavei o rosto novamente e ao olhar no espelho ele tinha ido junto às lágrimas. Respirei fundo e conscientizei-me de minha parcela de culpa em toda a situação, pois ele nunca me iludira em relação ao seu tempo de estadia e uma hora ele partiria, mesmo dizendo que me amava. Prometi a mim mesma sair daquela situação e pus à força em minha mente o que ele me dissera inúmeras vezes:
Quem ama aos pássaros têm ou de se habituar ao cantar triste que eles emitem ao estarem engaiolados, ou de suportar a dor de vê-los partir.

- Percebi que não havia nada de tão diferente naquele dia, foram só algumas doses a mais de saudade e eu teria de agüentar, passar por cima daquilo e viver.
As pessoas te olham, estão ao teu lado, por vezes te amam, mas não te conhecem. Tantas vezes a gente tem que ouvir e por amor, nada falar. A gente tem que aprender a perdoar, aprender que eles não são como nós e nem sempre têm esse olhar tão perspicaz sobre tudo, sobre o mundo. A gente tem que aprender a lidar com crises, superar os medos sem se deixar abater tanto... A gente tem que ver que ninguém morre de amor aos quinze anos de idade. O seu namoro acabou e tem gente esperando numa fila por um transplante, gente esperando pela morte numa fileira de macas no corredor de um hospital superlotado. Você enfrenta filas pra tudo nessa vida, a fila do amor-sincero-que-dura-eternamente é bastante grande. Espera. A gente tem que aprender a se livrar do que é banal, do que não te acrescenta, só diminui. Do beijo do cara bonitão que não te liga no dia seguinte e te deixa uma semana se sentindo um lixo, incompleta. A gente tem que aprender, por Deus, que quantidade não é qualidade. Tem que ter amor próprio, tem que aprender a conter o choro, tem que saber em quem confiar. A gente tem que largar mão de toda essa alienação, pensar com a própria cabeça, tem que voar com os pés no chão. Sabe o que é pior? Tem gente que julga muito a gente por não sermos nós os heróis a conseguirmos cumprir tantos ditos, conseguirmos concretizar tantos planos. E eu escrevo e releio mil vezes, tentando convencer a mim mesma que conseguirei. E repito mais mil vezes pro meu reflexo no espelho que não vou me apegar tanto, que vou me importar menos, que vou segurar a barra e todas as lágrimas. E eu consigo, minha superfície permanece intacta. Meu coração, em contrapartida, entra num processo de autodestruição. E dói ver que o passado me atormenta novamente, dói demais reviver tudo de ruim que outrora por pouco não fez de mim um pó. Dói fingir que estou bem por ser minha a função de bancar a muralha protetora. Sabe um muro de uma casa, dos mais altos, cheios de arames farpados? Ele protege os outros enquanto agüenta sol, chuva, pragas... É mais ou menos assim que eu me sinto. Sou forte, mas o reboco tá descascando, alguns tijolos estão caindo e ao mesmo tempo em que sinto que estou pendendo e indo ao chão, preocupo-me demasiadamente em saber em que lado cairei, a que pessoas machucarei. E eu não consigo não ser assim. Por mais que eu saiba que é idiotice ser coração demais e até te diga que amor-próprio não é sinônimo de egoísmo, eu sempre vou pensar em alguém antes de mim (e te juro, não falo aqui de nenhum amor platônico). Porque eu me conheço e sei mais do que ninguém que para mim, maior que a dor da minha queda é a partitura de um coração que reciprocamente me ama. Aí eu olho pro espelho e insisto dizendo que tudo vai passar, que a paz tornará a reinar. Aí eu lembro das filas, da espera angustiante e ponho em mente a ideia de que o sol vai voltar e uma luz lá de cima me iluminará. Eu queria que fosse só mais uma parte de um dos pesadelos que constantemente têm atormentado as minhas noites, mas tudo isso pode ser resumido em duas palavras: ruim, realidade.