sábado, 9 de julho de 2011

Mais linhas, mais folhas, mais eu por você. Outra vez, eu estou aqui, com frio, sentada, desarrumada e desgraçada. Outra vez, vou encher as linhas sobre saudades, sorrisos, lagrimas, olhares, nós, sobre eu, e sobre a falta de você. Sabe, aquela falta, aquela ausência, pois bem…Eu to tentando preencher esse vazio, mas não é fácil. É pouco. Quanto de amor ainda vou precisar para sarar de um só? Me desculpe, eu já não te conheço a tempos. Ao contrario de você, que eu deixei conhecer cada cantinho, abri todas as portas, desfiz todas as entrelinhas, mostrei todos os meus sorrisos e te contei cada pedacinho da minha casa, você me teve nas mãos, aberta, pronta para ser vista, lida, e amada. E jogou fora. E eu, que queria conhecer seus sorrisos, saber a profundidade das suas covinhas, contar seus fios de cabelos, te amar dos pés a cabeça, eu não conheci nada. Absolutamente nada. Você foi a mentira mais fria que meus olhos já tentaram ler, que eu já quis sentir, você não foi você, foi eu. E nessa de te amar, eu perdi de novo. Me desculpe meu amor, estou com saudades. Saudades de algo que não existe mais, se algum dia existiu, entende? Eu fui amor por você e por mim, juntos. E eu to tentando dividir essa tristeza que ficou após sua ida, você sabe que eu tento, na verdade, eu to esgotada. Esgotada e implorando para que tu volte e me encha outra vez, sei lá, senta aqui, me diz qualquer palavra, limpe os móveis, o coração, vamos para uma estação de trem mesmo que sem rumo. Cara, eu te amo. E te amei com todo o amor que tinha e tenho a oferecer, me desculpe de novo se não bastou pra ti. Para mim, tu sempre bastou. Basta ser meu, basta que me faça tua. Me olhe, me sinta, queira me entender. Eu to com saudades, eu to sorrindo, eu to chorando, eu to sendo tua desde quando tu disse o primeiro oi. Eu to te amando, como sempre amei.
Não é distância. É mais do que isso. Eu já desisti de querer que teu lugar fosse aqui, porque decididamente não é. Eu já desisti de tentar entender o que será isso que te faz tão inexplicável assim. O que te faz estar presente mesmo estando ausente. E como é que você faz o resto do mundo parecer tão egoísta. Por estar acima disso. Por ser tão cuidadoso, tão absurdamente dedicado. Não é amor. É mais do que isso. Eu sempre quis que você estivesse aqui, que tuas palavras me protegessem, que não fosse apenas sonho. Que fosse real. Mesmo se não fosse o suficiente… Seria você. Eu sempre quis tantas coisas, mas era pouco demais. Era alcançável. Mesmo assim agora sei que não terei mais nada. Eu sinto demais a sua falta. A todo o momento. Mesmo quando tudo vai bem, nada está inteiro. E quando vai mal, pareceria tão resolvível visto pelos teus olhos. Não sei da onde tirei isso de precisar. De depender. Não sei como dois minutos podem fazer tanta diferença. E como dois anos marcam uma vida para sempre. Eu sinto falta de uma coisa que nunca tive. De tudo que nunca aconteceu. De você que foi o menos presente e que mesmo assim está aqui até agora. Que mesmo assim está me fazendo permanecer sozinha da mesma forma. Vazia. Por dentro eu sou só saudade. Por dentro sou alguns momentos insustentáveis. Alguns desejos insaciáveis. Uma falta integral. Obrigado por ser o meu anjo. E obrigada por tantas outras coisas. Por apenas ser. Por existir. Por tanto tempo. Por permanecer. Por ir embora e ainda assim continuar assim. Eu deveria duvidar que você se preocupa mas, mesmo assim, você é bom demais para desistir de mim. Eu às vezes duvido que você existe, às vezes penso se não foi um sonho, me pergunto se a espera ainda será muito longa, se a presença será o bastante. Se vai finalmente virar realidade. Você que sempre promete que volta, que eu tantas vezes perdi. Que eu tive que deixar partir. Você que não se compara a ninguém, que não tem defeito algum. Eu nem sei que dia vai te trazer outra vez. Mesmo assim, e mais do que nunca, preciso que esse dia chegue. Que essas palavras te digam que é ruim demais a tua ausência, infundada demais essa necessidade. Mesmo que vá esquecer de mim quando o tempo for longo demais, você ainda é o que eu espero. O que eu preciso. E o que me salvaria. Obrigado por tudo.

sábado, 2 de julho de 2011

Uma pessoa, quando tá longe, vive coisas que não te comunica, e tu, aqui, vive coisas que não a comunica. Então, vocês vão se distanciando e, quando vocês se encontrarem, vocês vão se falar assim: oi, tudo bom e tal, como é que vão as coisas? E aí ele vai te falar, por cima, de tudo que ele viveu, e, não sei, vai ser uma proximidade distante. Não adianta, no momento que as pessoas se afastam, elas estão irremediavelmente perdidas uma da outra.






A distância nos partiu em dois, quando deveríamos ser um. Mas eu ainda sou você. Eu sou mais você, do que eu mesma. E se eu ainda estou inteira, é porque você continua inteiro dentro de mim .
Eu tive que me afastar de você. Por não poder te pegar e te guardar aqui dentro.