domingo, 23 de janeiro de 2011

Venha aqui, não diga que me esqueceu e não tente disfarçar o seu olhar em minha direção. Me ligue, mande uma mensagem, mande um recado pela sua melhor amiga, dê algum sinal de que está aí e que ainda sente algo por mim. Me escreva uma carta, passe pela minha rua ou simplesmente ponha o rosto na janela que eu passo aí na sua. Me xingue, diga que eu sou idiota, um cretino, porque eu sou mesmo, só não diga que me esqueceu e que não vai mais voltar. Caso seja verídico, fique calada, deixe-me a sós com a minha ilusão. Você será sempre minha, sempre fará morada na casinha desabada dentro de meu peito, e tempo algum será capaz de apagar sequer um segundo que passei ao seu lado, minha menina. Perdão por ser tão falho, perdão por não ter te dado todo o amor que merecia, perdão pelas minhas crises de ciúmes, perdão pelas brigas bobas e pelos atrasos nos jantares de família. Minha vida, perdão por te amar demais. Pelo medo de não te ter para sempre, eu te perdi, amor, volta pra mim? Eu sinto a falta do seu abraço, das suas mãos acariciando o meu cabelo e do seu hálito quente... Falta de te melar toda de chocolate, de passar tardes e mais tardes deitado com você no sofá da sua casa, de chamar a sua mãe de minha sogra. Eu não posso, não posso viver sem você, sem a tua voz me desejando boa noite e pedindo que eu tome cuidado na volta para casa, sem seu cabelo escorrido sob meu peito.. Eu roubo as estrelas do mar, roubo o sol e a lua só pra te dar.. Com eles também te entrego meu coração, meu corpo sob teu corpo deitado no chão, observando os pássaros no céu e as nuvens de algodão.

Eu te amo demais.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Arranhões feito , feridas reabertas .


A noite foi longa para mim sem você. Depois de tanto tempo, a saudade entrou sem bater em meu quarto, se acomodou ao pé da minha cama e não quis de maneira nenhuma partir. Me vieram à mente todos os fins de tarde ao seu lado... Vieram-me à mente as lembranças daquele dia em que ficamos deitados ao som de Renato Russo, da vez em que subimos até o topo daquele prédio para ver o sol se pôr... As lágrimas escaparam sem querer. Meu Deus, há quanto tempo eu não chorava por você? Quanto tempo já faz que não nos falamos, que não somos mais nós mesmos um frente ao outro? Me fez falta o toque das suas mãos, as suas mãos ásperas que acariciavam a minha pele como plumas. É triste só poder te olhar de longe, é triste poder apenas ouvir o som de sua risada em nossa roda de amigos e saber que o motivo do seu sorriso já não sou eu. Lembra de quando encostávamos nossas cabeças e passávamos minutos nos olhando, olho no olho, corpo no corpo, coração no coração? Lembra de como eu te chamava? O tempo passou e as lembranças daquela época me deixam num estado completamente nostálgico, ainda. Se amo a você? Não, amo ao cara que eu conheci, não o cara que todos conhecem. Hoje as cores do teu olho não são mais a mesmas, o seu vôo não é mais tão belo, e as feições graciosas que ficavam tão explícitas quando sorrias, não aparecem mais, ao menos não para mim. Os cantos de sua boca não se afastam mais de uma forma tão natural. Hoje nós nos vemos, porém não nos olhamos, não mais. Eu tenho medo de me permitir estar entregue ao toque de suas mãos, de estar em suas mãos, hoje novamente ásperas. Bastam para mim os cortes que elas fizeram ao se fecharem naquela mesa decretando um fim. Então, não, obrigada, não preciso mais de arranhões.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?