sábado, 22 de janeiro de 2011

Arranhões feito , feridas reabertas .


A noite foi longa para mim sem você. Depois de tanto tempo, a saudade entrou sem bater em meu quarto, se acomodou ao pé da minha cama e não quis de maneira nenhuma partir. Me vieram à mente todos os fins de tarde ao seu lado... Vieram-me à mente as lembranças daquele dia em que ficamos deitados ao som de Renato Russo, da vez em que subimos até o topo daquele prédio para ver o sol se pôr... As lágrimas escaparam sem querer. Meu Deus, há quanto tempo eu não chorava por você? Quanto tempo já faz que não nos falamos, que não somos mais nós mesmos um frente ao outro? Me fez falta o toque das suas mãos, as suas mãos ásperas que acariciavam a minha pele como plumas. É triste só poder te olhar de longe, é triste poder apenas ouvir o som de sua risada em nossa roda de amigos e saber que o motivo do seu sorriso já não sou eu. Lembra de quando encostávamos nossas cabeças e passávamos minutos nos olhando, olho no olho, corpo no corpo, coração no coração? Lembra de como eu te chamava? O tempo passou e as lembranças daquela época me deixam num estado completamente nostálgico, ainda. Se amo a você? Não, amo ao cara que eu conheci, não o cara que todos conhecem. Hoje as cores do teu olho não são mais a mesmas, o seu vôo não é mais tão belo, e as feições graciosas que ficavam tão explícitas quando sorrias, não aparecem mais, ao menos não para mim. Os cantos de sua boca não se afastam mais de uma forma tão natural. Hoje nós nos vemos, porém não nos olhamos, não mais. Eu tenho medo de me permitir estar entregue ao toque de suas mãos, de estar em suas mãos, hoje novamente ásperas. Bastam para mim os cortes que elas fizeram ao se fecharem naquela mesa decretando um fim. Então, não, obrigada, não preciso mais de arranhões.

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