quinta-feira, 21 de abril de 2011



Tem uma coisa aqui dentro que está sendo difícil de lidar, algo que sobe do estômago ao peito e que é horrível. Fecho as mãos com força tentando expulsar isso de mim, mas está difícil. Eu sorrio o dia inteiro, faço até graça, mas no caminho de volta pra casa essa angústia me consome. Vem assim, do nada e de repente tenho vontade de chorar... Eu engulo, dou o goto e dói demais, demais! Por você? Será que é mesmo por você? Também. Os ventos não sopram em boa direção ou na contramão, eles oscilam o tempo inteiro e formam milhares de pequenos redemoinhos ao meu redor. Tudo gira, vai e volta e me deixa tonta, mais confusa do que já estou. Tudo meio que de uma só vez, as piores lembranças do passado voltam a me atormentar, chegam e levam pra longe os meus sorrisos, alimentam-se das minhas lágrimas que só cessam quando de cansaço, meus olhos não suportam a dor de permanecerem abertos olhando para a escuridão das paredes do meu quarto, fecham-se lentamente, entorpecendo meu corpo pouco a pouco. Acordo com dificuldade para sorrir, faço um enorme esforço para mover os músculos de meu rosto e deixar o máximo afastados os cantos de minha boca. Ao conseguir, brinco de congelar e levo comigo esse sorriso, brinco comigo mesma de estar feliz e às vezes, juro, quase me convenço. Tá triste demais, amargo demais e eu necessito de você aqui comigo para poder encostar em teu peito a minha cabeça e suspirar aliviada, pra poder sentir o toque delicado de seu polegar em meu rosto, enxugando as minhas lágrimas. Eu só queria a sua mão segurando a minha, seu braço em meu ombro, seu abraço me reconfortando. Outra pessoa não importa, não interessa, porque de todas as que por aqui passaram, apenas você conseguiu mexer comigo, conseguiu despertar em mim o meu verdadeiro eu, me permitiu deixar aflorar toda a minha sensibilidade e sem medos te contar meus segredos. Estou tentando, mas não sei se vou conseguir... Eu não sou tão forte assim e só queria que alguém percebesse. Todas as noites ao deitar a cabeça em meu travesseiro peço para que Deus me ajude e faça tudo voltar ao seu devido lugar, rezo para que no dia seguinte tudo passe, tudo seja azul. Só que aí, nada mais é colorido e tudo é tão embaçado, tão desencaixado e fora do lugar... Pixelaram a minha vida e nela jogaram uma escala cinza que parece ser infinita. Aquilo tudo ocorrido um ano atrás está sendo revivido nos mais assustadores sonhos, tenho medo de deitar sozinha, mas você não está aqui. Naquela noite triste de choros sem fim jurei a mim mesma um recomeço e agora reafirmo minha promessa, mas eu quero fazer isso com você, compreende? Por que não podemos começar tudo de novo? Com você vai ser tão mais fácil e tão menos doloroso... Você me feriu e com as minhas palavras, também te magoei. Vamos lá, que tal tentar? Tentar fazer o certo, tentar não nos machucar. Vamos lá, é a minha última chance de me regenerar e a nossa última chance de nos perdoarmos.

- E por todas as vezes que te desprezei, mil perdões, estava tentando apenas te esquecer. Não consegui, então te peço: Vamos recomeçar e tornar a viver? Porque hoje me permiti deixar ver, eu não sou eu nem sou ninguém, sem você.

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